Arquivo da categoria: Teses

Teses dos alunos de Pós da UEHPOSOL

Um estudo designativo em fronteiras enunciativas: a corrupção pelo prisma da semântica histórica da enunciação

Um estudo designativo em fronteiras enunciativas: a corrupção pelo prisma da semântica histórica da enunciação
Por Julio Cesar Machado

Resumo:
Propomo-nos a realizar um estudo enunciativo-semântico sobre a corrupção no espaço enunciativo brasileiro. Filiamo-nos à Semântica Histórica da Enunciação como modo de entender os sentidos, e à Semântica do Acontecimento como forma de proceder à investigação dos dados. Ao esquadrinhar o funcionamento da corrupção por caminhos atípicos, nossos questionamentos revelarão a corrupção enquanto um objeto de fronteira enunciativa (de sentidos crime/não-crime) proveniente de uma sociedade composta de posições sociais mistas, não mais absolutas, como o sujeito inocente-culpado ou o responsável-irresponsável. Contudo, para operar uma região limítrofe de sentidos oscilantes oriundos de vozes de entremeio ditas por falantes mistos, seria necessário um alicerce teórico capaz de acessar espessuras linguísticas entre as dimensões evidentes do exato e aparentes do inexato. Propomos então, a partir da linguística russa, soerguer um dispositivo de análise inédito que chamamos teoria da agitação enunciativa. Por ele, poderemos manipular a corrupção enquanto construída por uma enunciação de evidência, ao mesmo tempo em que é destruída por uma enunciação de aparência. Investigamos documentos que tentam cristalizar sentidos da corrupção, o espaço enunciativo jurídico e o Relatório Final dos Trabalhos da CPMI “dos Correios” (caso mensalão). Nesses recortes configura-se um cenário de agitação enunciativa entre mensalão X empréstimo, principalmente. Veremos que ao enunciar, o Locutor-juiz dilui o político (litígio) por meio do jurídico, fechando os sentidos da corrupção. Também veremos que a Lei possibilita a corrupção. Verificaremos que funciona na atualidade: 1) a corrupção jurídica, dada por enunciações de evidência, e orientando para sentidos anticorrupção (crime), a partir de lugares absolutos (E-culpado); 2) e a corrupção não-jurídica, dada por enunciações de aparência, e orientando para sentidos pró-corrupção (entre crime e não-crime), a partir de lugares de entremeio (E-flutuante). Nosso trabalho instiga uma prática científica mais coerente com a atualidade moderna, sobrepujando os lugares absolutos de uma sociedade matematicamente regular, que ainda é um imaginário, mas não funciona assim, além de desenvolver mecanismos capazes de abordar espessuras atípicas da linguagem. Fazer semântica nos moldes em que propomos este trabalho é desmerecer o modo simplista de encontrar sentidos e ser incomodado por esse modo ao mesmo tempo. É averiguar desarranjos nas enunciações sobre a corrupção e provocar transformações de relações convencionais. É desestabilizar domesticações da corrupção na forma de pensar canônica da sociedade.

Palavras-chave: semântica, argumentação, enunciação, corrupção, mensalão.

A dissertação encontra-se no site da BCo:
http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4469

Share Button

A argumentação e o político no texto jurídico : a imprensa numa ação indenizatória

A argumentação e o político no texto jurídico : a imprensa numa ação indenizatória
Por Maria Fernanda Faccipieri Silva

Resumo:
Este trabalho desenvolve-se sob a perspectiva teórico-metodológica da Semântica do Acontecimento e tem por objetivo compreender o funcionamento da argumentação e da designação na linguagem, mais especificamente, analisar como funciona a argumentação jurídica. Utilizamos como corpus um processo jurídico caracterizado como Ação Indenizatória1, por meio do qual os requerentes solicitam a interdição de um site em que foram ofendidos anonimamente no chamado “Fórum”, e o conseqüente pagamento de indenização. Em um primeiro momento da análise, estabelecemos duas cenas enunciativas a partir do corpus analisado, caracterizadas pela cena do tribunal e pela cena do site. Através desta análise foi possível observar como se dá a orientação argumentativa ao mobilizarmos os locutores e os memoráveis presentes, assim como, estabelecer como funciona o anonimato nessa cena enunciativa. Para isso, fizemos uma relação entre o silêncio e o boato, estudado por Orlandi2 (mmeo), e o anonimato presente no “Fórum”, de forma que foi possível concluir a partir da caracterização da cena a não presença desse caráter anônimo. Em um segundo momento, lançamos mão do conceito de Domínio Semântico de Determinação para observar como se dá a designação de “Fórum”, espaço que movimenta a ação. Observamos uma relação de antonímia presente na designação do mesmo, que o caracteriza ora como um espaço para ofensas ora como um espaço para denúncias, e que por meio das designações e dos memoráveis na relação com a cena enunciativa, orientam a argumentação em favor da interdição do site, assim como o pagamento da indenização aos requerentes.

Palavras-chave: anonimato, autoria, acontecimento, político, designação.

A dissertação encontra-se no site da BCo:
http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2751

Share Button

Relação entre línguas : diferentes modos de dizer o português brasileiro

Relação entre línguas : diferentes modos de dizer o português brasileiro
Por Adriana da Silva

Resumo:
Nosso trabalho intitulado Relação ente Línguas: diferentes modos de dizer o português brasileiro tem como arcabouço teórico a Semântica do Acontecimento desenvolvida por Guimarães (2005b), a qual estabelece uma relação com a Análise do Discurso de filiação francesa, de modo específico, e, em geral, com as teorias do sujeito. Embasados nessa filiação teórica para constituir nosso corpus, destacamos entrevistas realizadas pelos alunos do curso de graduação em Linguística da Universidade Federal de São Carlos, datadas do ano de 2009, durante a disciplina de Políticas Linguísticas, ministrada pela Profª. Drª. Soeli Maria Schereiber da Silva, com o intuito de desenvolver reflexões sobre a língua portuguesa, em um determinado espaço de enunciação. Nesta pesquisa, propomo-nos a estudar como se dá o funcionamento da língua portuguesa, a partir de uma análise enunciativa da linguagem, abrindo uma reflexão sobre a distribuição política das línguas, assim com o imaginário de língua una no Brasil. Nessa perspectiva, nossa questão foi observarmos como os falantes enunciam sobre sua língua ao estabelecerem uma relação com a história de colonização que no acontecimento de linguagem, significa a partir do recorte de memorável e como a divisão que se estabelece entre o português do Brasil e do português de Portugal no espaço de enunciação brasileiro se faz presente por meio dos falantes ao predicarem a língua a qual afirmam seu pertencimento. A respeito das nossas análises, buscamos através das entrevistas fazer um estudo enunciativo da linguagem em que os falantes são sujeitos afetados pelo simbólico que se localizam em um tempo e um espaço. Nesse sentido, os sujeitos são constituídos no Acontecimento enunciativo, pois é nesse que analisamos suas posições, os lugares de que falam e o modo como falam, de que modo falam e como os seus dizeres os significam. Desse modo, esse trabalho objetiva-se, por tratar da relação entre línguas como relação político-histórica e social da linguagem em que observarmos como os falantes enunciam sobre sua língua após mais de meio século da definição do nome Língua portuguesa pelo congresso nacional e como esses falantes são tomados pelas suas divisões, distinguindo-se assim linguisticamente.

Palavras-chave: enunciação, sujeito, história, lusofonia.

A dissertação encontra-se no site da BCo:
http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4666

Share Button

Os sentidos de língua portuguesa no vestibular da FUVEST

Os sentidos de língua portuguesa no vestibular da FUVEST
Por Gilberto Egydio dos Santos Júnior

Resumo:
No presente trabalho intitulado Os sentidos de língua portuguesa no vestibular FUVEST pretendo, por meio de um estudo semântico, analisar o sentido de “língua portuguesa” neste vestibular que em 1976/77 nasceu sob um paradigma linguístico, em oposição à tradicional prova de gramática, quando adotou um conceito de variação linguística. Tendo como corpus os enunciados das provas, buscarei discutir como se produzem os sentidos na materialidade da língua na relação “norma padrão” e “variantes” que acontece no exame. Assim, será possível perceber como vem sendo significada “língua portuguesa” em um dos principais vestibulares do país.

Palavras-chave: Acontecimento, político, gramática, semântica, língua de cabide, FUVEST

A dissertação encontra-se no site da BCo:
http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6249

Share Button

Relação de línguas no espaço enunciativo da propaganda: a argumentação, a enunciação e o político

Relação de línguas no espaço enunciativo da propaganda: a argumentação, a enunciação e o político
Por André Stefferson Martins Stahlhauer

Resumo:
O que significa falar português ou inglês no Brasil nos dias de hoje? Essa questão faz parte de nossas inquietações neste trabalho. Discutimos nele, a partir de uma Semântica da Enunciação, a construção de sentidos no funcionamento das línguas postas em relação pela distribuição política das mesmas, nas nomeações e enunciações slogan na revista Novas idéias do grupo Polishop. Privilegiamos as discussões acerca de nossas posições sobre o sentido, a língua e, por isso, sobre a significação na relação entre línguas, no espaço de enunciação que regula os dizeres nessas línguas, distribuindo-as desigualmente. Para tanto, discorremos, também, sobre Semântica Argumentativa, mostrando como a relação entre falantes e línguas, os espaços de enunciação, distribuem os dizeres enunciados por locutores determinados pelos lugares sociais, e pelos modos de dizer, de que falam nos textos que formulam. Este trabalho aborda, portanto, discussões sobre enunciação e acontecimento e de que modo esses efeitos de sentido constituem outros, ao serem produzidos na língua, já que esses processos significam o funcionamento das línguas sempre em relações, que são desiguais, hierárquicas e excludentes. Desse modo, falar (nomear e predicar) em português ou inglês é estar dividido por esses sentidos constituídos nessas línguas que funcionam nesse texto, a revista, determinado por um espaço de dizer, no qual a língua portuguesa significa numa relação com o Estado e a língua inglesa pela mídia, pelo sentido da universalidade dessa língua.

Palavras-chave: acontecimento, argumentação, político, relação entre línguas, argumentação.

A dissertação encontra-se no site da BCo:
http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4426 b

Share Button

O POLÍTICO NA ARGUMENTAÇÃO DE UM PROCESSO DE INJÚRIA

O POLÍTICO NA ARGUMENTAÇÃO DE UM PROCESSO DE INJÚRIA
Por Marília Achete Junqueira Garcia

Resumo:
Esta pesquisa, intitulada O Político na Argumentação de um Processo de Injúria, é direcionada à análise dos movimentos argumentativos em um processo caracterizado por injúria em que as designações recortam memoráveis diferentes a cada acontecimento enunciativo e em que a divisão dos sujeitos na enunciação marcam a divisão de cada Cena enunciativa do processo, recorrendo aos operadores argumentativos para direcionarem os sentidos da argumentação, uma vez que estes constituem os sentidos do texto à medida que recortam determinadas regiões do interdiscurso. Sendo assim, este trabalho tem como fulcro teórico os estudos de Eduardo Guimarães, e, portanto, institui-se na perspectiva teóricometodológica da Semântica Histórica da Enunciação e da Semântica Argumentativa. O processo foi instaurado após denúncia de uma policial de cor negra, que trabalha na Câmara Municipal de São Carlos, depois de ouvir de sua superior – chefe de departamento – enunciações contendo designações ofensivas à sua cor e ao seu cargo. Com o objetivo de analisar como se constrói a argumentação no processo e, conseqüentemente, como seconstituem os seus sentidos, partindo do pressuposto de que a argumentação é um processo político, num primeiro momento é verificado de que maneira os signos constituintes dos enunciados ofensivos são valorados pelos sujeitos da interlocução a partir da investigação dos valores histórico-sociais que permeiam as designações, amparando-me , para isso, em teorias de Mikhail Bakhtin e Eduardo Guimarães. Depois de constatado que os sentidos das designações se constituem injuriosos, parto da consideração de que ocorre o dissenso, definido por Rancière como a divisão do mundo sensível que dá ensejo à argumentação, e, por haver esse dissenso, essa divisão no espaço em que se dão as enunciações, parto da concepção de que todo o espaço de enunciação do processo é político, é dividido. Sendo assim, é abordado, no segundo capítulo, o conceito de político, trabalhado por Guimarães em sua obra Semântica do Acontecimento, uma vez que este (o político) permeará todas as relações enunciativas do texto jurídico (o processo, a lei), além de abordar os conceitos de temporalidade e acontecimento, visto que todo acontecimento instaura uma temporalidade própria e divide o espaço do dizer, tornando-o político. Contudo, pelo fato de considerar que o dissenso estabelece a divisão, dando início ao litígio (o processo), é que  analiso, primeiramente, nesse capítulo, os conceitos de política e de polícia elaborados por Rancière. Depois de realizado esse percurso e tendo em vista que o espaço da enunciação do processo é político e regido por uma normatividade, em que os sujeitos são regulados por seus direitos ao dizer e aos modos de dizer, são deslindados, no capítulo seguinte, os modos de enunciabilidade do texto do Manual de Direito Penal e, no último capítulo, são desenvolvidas as análises das argumentações do processo.

Palavras-chave: argumentação, político, temporalidade, acontecimento, cena enunciativa.

A dissertação encontra-se no site do PPGL:  http://www.ppgl.ufscar.br/novo/arqs/resumos/1308084941_015mariliaachete.pdf

Share Button

DESIGNAÇÃO E ARGUMENTAÇÃO EM UMA AÇÃO POPULAR DA CIDADE DE SÃO CARLOS

DESIGNAÇÃO E ARGUMENTAÇÃO EM UMA AÇÃO POPULAR DA CIDADE DE SÃO CARLOS
Por Marcela Codognatto Canassa

Resumo:
Este trabalho desenvolve-se sob a perspectiva teórico-metodológica da Semântica do Acontecimento e tem por objetivo compreender o funcionamento da designação na linguagem, mais especificamente, analisar como funciona a argumentação jurídica pelas designações.
Tomamos como objeto de análise um processo jurídico caracterizado como Ação Popular, por meio da qual os locutores requerentes solicitam a preservação da praça pública Coronel Paulino Carlos de Arruda Botelho, onde os requeridos estavam construindo pontos comerciais fixos para o comércio ambulante.
No embate das designações constatamos que há duas relações de antonímia neste processo jurídico que mobilizam a argumentação. Uma ampla, que se dá entre as enunciações dos locutores requerentes e requeridos; e uma outra mais específica, a qual
ocorre no interior da enunciação dos locutores requerentes que, por meio das designações e dos memoráveis, orientam a argumentação em favor da preservação da Praça Coronel Paulino Carlos como patrimônio histórico da cidade, mantendo assim, a praça como espaço de preservação da identidade local.

Palavras-chave: Semântica; acontecimento; designação; argumentação; texto
jurídico.

A dissertação pode ser encontrada no site do PPGL
http://www.ppgl.ufscar.br/novo/arqs/resumos/1308081792_004marcelacanassa.pdf

Share Button

ARGUMENTAÇÃO E CONDENSAÇÃO: O VERBETE “MENSALÃO”

ARGUMENTAÇÃO E CONDENSAÇÃO: O VERBETE “MENSALÃO”
Por Marcos Santos Schmidt

Resumo:
“Mensalão”: qual o funcionamento argumentativo que é movimentado por essa designação? Como esse verbete promoveu história, memória e sentido? Motivados por algo que mobilizou a política e a mídia brasileiras, procuramos responder a essas questões a partir de uma posição linguística que está filiada à Semântica do Acontecimento (GUIMARÃES, 2002), especialmente na relação com o tratamento que essa teoria dá à noção de acontecimento enunciativo, espaço de constituição dos sentidos na língua. Nessa medida, o significado de uma designação é produzido no acontecimento e na temporalidade que lhe é própria e que, por sua vez, mobiliza o real da língua. O real, conforme o apresentam Gadet e Pêcheux (2004), por sua vez, movimenta a falha, o equívoco e os deslizes de interpretação sobre os quais os sujeitos não têm controle; esse funcionamento de língua supõe também que os dizeres e os sentidos produzidos nos espaços de enunciação são tensionados pelo litígio. Assim, recortamos, para este trabalho, sequências de manchetes e textos de reportagens do jornal `O Estado de São Paulo΄, no período de 22 de agosto de 2007 a 27 de
agosto de 2007, caracterizando os dias em que a prática do “mensalão” esteve sob julgamento no STF, com o objetivo de mostrar como esse veículo midiático identificou o neologismo em suas linhas e entrelinhas. Esse estudo deslocará como dispositivos de análise os conceitos de argumentação de Ducrot (1981), para quem a língua não informa, mas apresenta argumentos que fazem produzir determinadas conclusões, e de condensação, conforme Guimarães (2004, 2005, 2007) em seu domínio semântico de determinação.

PALAVRAS-CHAVE: Argumentação, Condensação, História, Sentido.

A dissertação pode ser encontrada no site do PPGL
http://www.ppgl.ufscar.br/novo/arqs/resumos/1308140570_038_marcosss.pdf

Share Button

A ARGUMENTAÇÃO E O POLÍTICO NO TEXTO JURÍDICO: A IMPRENSA NUMA AÇÃO INDENIZATÓRIA

A ARGUMENTAÇÃO E O POLÍTICO NO TEXTO JURÍDICO: A IMPRENSA NUMA AÇÃO INDENIZATÓRIA
Por Maria Fernanda Faccipieri Silva

Resumo:
Este trabalho desenvolve-se sob a perspectiva teórico-metodológica da Semântica do Acontecimento e tem por objetivo compreender o funcionamento da argumentação e da designação na linguagem, mais especificamente, analisar como funciona a argumentação jurídica. Utilizamos como corpus um processo jurídico caracterizado como Ação Indenizatória, por meio do qual os requerentes solicitam a interdição de um site em que foram ofendidos anonimamente no chamado “Fórum”, e o conseqüente pagamento de indenização.
Em um primeiro momento da análise, estabelecemos duas cenas enunciativas a partir do corpus analisado, caracterizadas pela cena do tribunal e pela cena do site. Através desta análise foi possível observar como se dá a orientação argumentativa ao mobilizarmos os locutores e os memoráveis presentes, assim como, estabelecer como funciona o anonimato nessa cena enunciativa. Para isso, fizemos uma relação entre o silêncio e o boato, estudado por Orlandi2 (mmeo), e o anonimato presente no “Fórum”, de forma que foi possível concluir a partir da caracterização da cena a não presença desse caráter anônimo.
Em um segundo momento, lançamos mão do conceito de Domínio Semântico de Determinação para observar como se dá a designação de “Fórum”, espaço que movimenta a ação. Observamos uma relação de antonímia presente na designação do mesmo, que o caracteriza ora como um espaço para ofensas ora como um espaço para denúncias, e que por meio das designações e dos memoráveis na relação com a cena enunciativa, orientam a argumentação em favor da interdição do site, assim como o pagamento da indenização aos requerentes.

Palavras-chave: anonimato, autoria, acontecimento, político, designação.

A dissertação encontra-se no site da PPGL
http://www.ppgl.ufscar.br/novo/arqs/resumos/1308137538_029_mariaffs.pdf

Share Button

A argumentação e a mudança de prenome de transexual na jurisprudência.

A argumentação e a mudança de prenome de transexual na jurisprudência.
Por Fátima Catarina Fernandes.

Resumo:

A partir da Semântica do Acontecimento e da Análise do Discurso Francesa, com a qual a primeira dialoga, estudamos como se dá a argumentação no que diz respeito à mudança de nome próprio de transexual em recortes do locutor-requerente, bem como por meio da argumentação e da designação que se vale o locutor-juiz para autorizar a mudança de prenome do transexual. Nesse processo jurídico tramitado no espaço enunciativo de São Carlos, Estado de São Paulo, o requerente — transexual Agnaldo — solicita a retificação de seu prenome masculino para o feminino Ângela. Para tal, mobilizamos conceitos como designação, reescritura, cena enunciativa, político e argumentação. E, a partir dos recortes analisados, compreendemos como se dá o processo de identificação do transexual e como se dá a inclusão de tal sujeito no social (o político sendo considerado), pois o sujeito, antes excluído juridicamente pela sociedade por não ter ainda a legitimação oficial de seu prenome feminino, é incluído socialmente na/pela sociedade enquanto transexual a partir da mudança do prenome sentenciada pelo juiz. E o tempo todo há o jogo entre o social e o político, uma
vez que o reconhecimento social precisa ser legitimado juridicamente para o ser politicamente: a constituição garante o funcionamento político no social. Assim, no político, a divisão se dá porque o locutor-requerente precisa de um lugar de pertencimento legitimado no discurso jurídico. Então, compreendemos como o processo de identificação social, aliado ao discurso científico, que já tem o seu lugar cristalizado, pode contribuir para a mudança de prenome do transexual na argumentação do locutor-juiz. Assim, podemos dizer que o acontecimento e o litígio põem em movimento a fala do locutor-requerente no memorável do convívio social, estético, e da constituição psicológica para mudar de nome, o que o inclui na identidade de transexual. É sob a perspectiva de uma posição sujeito liberal, na qual o locutorjuiz sentenciou favoravelmente à legitimação do prenome Ângela, que o locutor-requerente passou a ter semanticamente um novo corpo. Essa substituição do prenome oficial pelo social consolidou a criação de uma nova jurisprudência.

Palavras-chave: Semântica; Discurso Jurídico; argumentação; transexual; nome próprio.

A dissertação pode ser encontrada no site do PPGL
http://www.ppgl.ufscar.br/novo/arqs/resumos/1308129143_021fatimacatarina.pdf

Share Button