Seminário da UEHPoSol – Edição 2023

No dia 01/12/2023 às 8:45, realizaremos de forma remota apenas no período da manhã o Seminário de Pesquisas da Unidade de Pesquisas em Estudos Históricos, Políticos e Sociais da Linguagem (UEHPOSOL) – Edição 2023.

Será uma oportunidade dos alunos de iniciação científica, mestrandos e doutorandos que fazem parte da Unidade apresentarem seus trabalhos e receberem as contribuições.
Convidamos todes para assistirem as apresentações.
Link: https://meet.google.com/dbi-ueiw-geo
Programação:
8:45 Abertura x
9:00 Nayara Fernanda Dornas Título: Um estudo da poesia no livro didático por meio da semântica da enunciação
Categoria: Doutorado
Orientadora: Soeli M. S. da Silva
9:16 Gabriel Galdino da Silva Título:Uma análise discursiva de perfis (de) profissionais

sobre Escrita Criativa no Instagram

Categoria: I.C.
Orientadora: Luciana Noqueira
9:32 Bárbara Freitas Título: Eurocentrismo no livro didático de História: um estudo enunciativo da

argumentação

Categoria: Doutorado
Orientadora: Soeli M. S. da Silva
Órgão de fomento: CAPES
9:48 Felipe Michelin Título: Análise semântico-enunciativa do caractere “asterisco” no funcionamento

da língua no espaço virtual

Categoria: I.C.
Orientadoras: Carolina de Paula Machado e Luciana Nogueira
Órgão de fomento: PIBIQ
10:04 Amanda Castilho Azzali Título: Por uma Sociedade de Colonização do Sul: uma análise

enunciativa do movimento migratório dos norte-americanos confederados para o Brasil.

(A apresentação será de uma parte da tese)

Categoria: Doutorado
Orientadora: Carolina de Paula Machado
Órgão de Fomento: CAPES
10:20 Nádia de Jesus Santos Título: Análise semântico -enunciativa da palavra feminicídio na Lei

13.104/2015 e em dicionários

Categoria: Doutorado
Orientadora: Carolina de Paula Machado
10:36 Moisés Almada Melo de Paiva Título: Ajuste à moralidade da pandemia (parte do projeto de IC:

Articulação moral das academias de letras latino-americanas no período da

pandemia)

Categoria: I.C.
Orientadora: Luciana Nogueira
10:52 Vanusa Lima Título: A influência do discurso ordinário sobre o

discursos especializado: uma análise acerca da desconstrução do

racismo em ambiente digital

Categoria: Doutorado
Orientadora: Luciana Nogueira
Órgão de Fomento: CAPES
11:08 Giovana Costa de Oliveira Título: Efeitos de sentido na definição da profissão Linguista: Um estudo em História

das Ideias Linguísticas

Categoria: I.C.
Orientadoras: Luciana Nogueira e Juciele
11:24 Talita Jenifer Marques da Silva Título: Malala Yousafzai e a defesa da educação para meninas: a contradição de um olhar

feminino construído do lugar da figura paterna

Categoria: I.C.
Orientadora: Carolina de Paula Machado
11:40 Encerramento  
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Evento: Seminário da UEHPOSOL – Edição 2022

Nos dias 9 e 11/11/2022, realizaremos de forma remota apenas no período da manhã o Seminário de Pesquisas da Unidade de Pesquisas em Estudos Históricos, Políticos e Sociais da Linguagem (UEHPOSOL) – Edição 2022.
Será uma oportunidade dos alunos de iniciação científica, mestrandos e doutorandos que fazem parte da Unidade apresentarem seus trabalhos e receberem as contribuições.
Convidamos todes para assistirem as apresentações.
Datas: 09/11 e 11/11
Hora: 8:40 
Links:
Programação

 

Dia 9/11

8:40- Avisos

9:00 – Lucas Trevisan Ferreira. (Bolsista FAPESP) Projeto:  “O Português Informal no livro didático – uma política de língua no ensino de PLE: determinação, reescrituração e tradução.”

9:20 – Jonas Prado Barbosa. Projeto: Política de Línguas: uma análise da prática da cooficialização de línguas indígenas em São Gabriel da Cachoeira

9:40 – Felipe Michelin. (Bolsista Pibic) Projeto: Análise semântico-enunciativa do caractere “asterisco” no funcionamento da língua no espaço virtual

10:00 – Bruna Roje Sanches. Projeto: O discurso do feminismo radical sobre o BDSM: efeitos de sentidos no discurso do BDSM

10:20 Pausa de 10 minutos

10:30 – Talita Jenifer Marques da Silva. (ICSR) Projeto: Malala Yousafzai e a defesa da educação para meninas: A contradição de um olhar feminino construído do lugar da figura paterna

10:50 –  Giovanna Costa de Oliveira. (Bolsista PIBIC.) Projeto: Efeitos de sentido na definição da profissão Linguista: Um estudo em História das Ideias Linguísticas.

11:10 – Louise Adélia Gama da Silva. Projeto: As relações de políticas de línguas estabelecidas entre o português brasileiro e o Iorubá dentro das giras de candomblé no Brasil.

11:30 Pedro Silvestre – Projeto: A Língua Pomerode

11:50 Pedro Sabino – Projeto: Como a Língua Portuguesa influencia a Língua Inglesa nos Estados Unidos

12:10 Melissa Alves- Projeto: Língua de Imigrantes: a percepção: os falantes de Língua estrangeira no Espaço de Enunciação

 

 

Dia 11/11

8:40-Avisos

9h- Gabriel Reis Moraes Machiaveli (Tese de Doutorado): Politopia Enunciativa: a argumentação e a argumentatividade sobre Ditadura Militar nos livros didáticos de história. 

9:20- Bárbara Freitas. Projeto: Argumentação e Argumentatividade: uma análise enunciativa de vieses de eurocentrismo em livro didático 

9:40- Amanda Azzali Berardo. Projeto: O memorável no acontecimento enunciativo: a designação de confederados e seus sentidos na região de Americana.

10:00-Débora Helen de Oliveira. Projeto: O samba e a denúncia social: o processo de urbanização da cidade paulista e o discurso da luta da classe operária nas canções de Adoniran Barbosa.

10:20- Pausa 10 minutos

10:30- Nadia de Jesus Santos. (Qualificação de Área-Unicamp) Título:  Uma análise enunciativa da palavra feminicídio na Lei 13.104/2015 e em dicionários.

10:50-Vanuza dos Santos Lima. Projeto: A influência do discurso ordinário sobre o discurso oficial: uma análise acerca da desconstrução do racismo em ambiente digital.

11:10- Ana Laura Projeto: Argumentação e Argumentatividade: uma análise enunciativa de vieses de eurocentrismo em livro didático 

11:30- Nayara Fernanda Dornas. Projeto: A poesia no livro didático: recurso semântico-discursivo na perspectivação de uma construção do sujeito aprendiz.

11: 50 – Júlio César Martins Santos. Projeto: Contar e(é) silenciar: o funcionamento do silêncio na/pela formulação de Javier Marías em “Amanhã, na Batalha, Pensa em Mim”.

 

 

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Convite para Mesa-Redonda: História das Ideias Linguísticas: Disciplinarização, Circulação e Produção dos sentidos

Data: 15/04/2019                                                                         Horário: às 16h
Local: Auditório do CECH – Área Sul (UFSCar)

Professores Convidados:
Profa. Amanda Scherer
(Universidade Federal de Santa Maria)

Profa. Bethânia Mariani
(Universidade Federal Fluminense)

Prof. Jorge Viana Santos
(Universidade Estadual do Sul da Bahia)

Moderadora:
Profa. Carolina de Paula Machado
(Universidade Federal de São Carlos)

Temas e Resumos 

História das Ideias Linguísticas: Disciplinarização, Circulação e Produção dos sentidos
Profa. Dra. Amanda Scherer (UFSM)

Nossa problemática de pesquisa, na atualidade, manifesta-se no entremeio teórico, e de objeto, a partir da relação entre a História das Ideias Linguísticas e Análise de Discurso, tal como vem sendo desenvolvida no contexto brasileiro. Para a nossa apresentação, vamos procurar destacar a importância de se refletir sobre como um conteúdo da ciência disciplinariza-se – em nosso caso, mais especificamente, aquele da ciência linguística.
Nosso enfoque estará alicerçado em duas questões: a primeira diz respeito a como algo do ponto de vista científico pode disciplinarizar-se a partir de uma certa circulação e divulgação e, a segunda, como tal processo pode instar-se como conteúdo de um certo saber acadêmico, pedagógico e ou escolar.

Circulação de conhecimento e estudos linguísticos
Profa. Dra. Bethania Mariani (UFF)

As instituições acadêmicas encontram-se cada vez mais inseridas no mundo digital e nos discursos que significam a inevitabilidade do crescimento da internet. Isso significa que tanto a produção quanto a circulação científica estão quase que completamente inseridas no que se convencionou chamar de sociedade digital. O que vem ocorrendo aponta para uma transformação sócio-histórica radical, afetando as relações (inter)subjetivas intelectuais e acadêmicas bem como as próprias práticas de produção, interpretação e transmissão do conhecimento produzido. Da posição de sujeito pesquisador em Análise do Discurso, e tendo como ponto de partida a experiência in
progress de construção de uma Enciclopédia audiovisual virtual, cuja finalidade maior é a de produzir e fazer circular vídeo-verbetes sobre Análise do Discurso e áreas afins, objetiva-se tanto apresentar a teorização que dá suporte à construção do dispositivo técnico-digital que dá suporte à Enciclopédia quanto problematizar essa prática que visa a circulação de conhecimento pela internet. O interesse está voltado para a análise da relação produto/processo, ou seja, problematizar a relação entre o sujeito pesquisador e o produto tecnológico produzido. Para tanto, a partir de uma perspectiva discursiva, e considerando que toda produção de conhecimento resulta de um processo histórico e ideológico, dois eixos principais são apresentados como objeto de discussão. O primeiro é relativo ao funcionamento e aos efeitos das tecnologias digitais e, mais especificamente, das tecnologias de linguagem em relação à divulgação dos discursos de produção do conhecimento em meio virtual. As tecnologias de linguagem são compreendidas a partir das reflexões de Auroux (1998) sobre as três grandes revoluções tecnolinguísticas que, com a constituição de instrumentos linguísticos, alteraram substancialmente as relações entre as línguas e entre os homens em sociedade. O segundo eixo de discussão problematiza a legendagem e a tradução das falas dos pesquisadores nos vídeo-verbetes produzidos para a Enciclopédia, considerando questões linguísticas e técnicas em um produto científico que articula diferentes materialidades significantes em meio digital. Perpassando esses dois eixos de discussão, faz parte dos objetivos refletir sobre o trabalho social do pesquisador que, nas instituições acadêmicas, envolve as políticas de circulação da produção de conhecimento em função das determinações do Estado e dos discursos por ele produzidos sobre os sentidos de ciência. No caso da Enciclopédia, cabe, portanto, teorizar sobre seu próprio processo de produção enquanto uma ferramenta que, ao colocar em circulação conhecimento produzido pelas ciências humanas, promove ensino
em meio digital, ou seja, com base em uma tecnologia que visa representar de determinada maneira conceitos, termos e pesquisas em ciências humanas.

Referências
AUROUX, 1998. Revolução tecnológica da gramatização. Campinas: Pontes, 1998.

Escravo X escravizado: sentidos na história do Brasil
Prof. Dr. Jorge Viana (UESB)

A escravidão no Brasil, enquanto regime organizador da sociedade, durou quase quatro séculos. Nesse tempo, ela se marcou, por exemplo, em documentos de naturezas diversas, a exemplo de cartas de alforria, testamentos de senhores, leis ditas abolicionistas e jornais. Tais textos, mais do que funcionar como memória e história da escravidão, por serem linguísticos são também políticos: marcam a divisão do dizer (cf. GUIMARÃES, 2002). Neles, há termos que figuram como espaço de conflito, como é o caso de escravo e escravizado, para se referir à pessoa que estava submetida ao regime escravista. Nesse sentido, este trabalho objetiva, sob a ótica da Semântica do Acontecimento (cf. GUIMARÃES, 2002, 2011), analisar sentidos de escravo e escravizado circulantes em periódicos datados do período escravagista brasileiro.

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X Jornada de Políticas Linguísticas – fotos das apresentações e homenagens

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Conferência do Prof. Dr. Eduardo Guimarães, fundador da Semântica do Acontecimento.

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Conferência do prof. Gabriel Leopoldino dos Santos.

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Entrega do Livro “Os sentidos de Escravidão e outros temas: análises em Semântica do Acontecimento” para Prof. Dr. Eduardo Guimarães.

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Homenagem a Carlos Botelho com o lançamento do livro “Entrevista com Paulo Botelho: memória da escravidão em São Carlos”, de autoria da Professora Dra. Soeli Maria Schreiber da Silva.

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Lançamento do livro “Os sentidos da Escravidão e outros temas: análises em Semântica do Acontecimento”, organizado pelas professoras Soeli Maria Schreiber da Silva e Carolina de Paula Machado.

O livro é uma homenagem a Eduardo Guimarães com artigos sobre a escravidão, que se apoiam na Semântica do Acontecimento.

“Os estudos da significação apresentados neste livro revelam o vigor da abordagem enunciativa. Por meio dos conceitos de acontecimento e de memorável, bem como o desenvolvimento específico dos conceitos de designação e argumentação, diversas análises são empreendidas. Boa parte delas estão voltadas para a compreensão dos sentidos de escravo e escravatura no Império Brasileiro e na atualidade. Os objetos de análise no livro não se esgotam com esse tema. As temáticas da tradução e da designação, principalmente de cidades e ruas, bem como os desdobramentos do conceito de argumentação nos estudos enunciativos, são também abordadas na obra. Certamente, o leitor vai encontrar na leitura desta obra um importante recorte do campo de estudos da enunciação da maneira como esse campo tem sido desenvolvido no Brasil”,  Prof. Dr. Luiz Francisco Dias (UFMG).

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Entrevista com Paulo Botelho: memória da escravidão em São Carlos (disponível)

A entrevista com o munícipe Paulo Botelho, feita pela professora Dr. Soeli Maria Schreiber da Silva (DL-UFSCar) já está disponível no link abaixo:

https://drive.google.com/file/d/1M-42ibOopNGBTYUfaKss2LsbNMuKuQD_/view?usp=sharing

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X JORNADA DE POLÍTICAS LINGUÍSTICAS – RESUMO DAS CONFERÊNCIAS

O ESPAÇO DE ENUNCIAÇÃO DAS LÍNGUAS DO BRASIL

(EM TORNO DO SENTIDO DE CARAÍBA)

Prof. Dr. Eduardo Guimarães

DL-IEL – Labeurb

Unicamp – Unemat – CNPq

Resumo:

Este texto procura refletir, de maneira um tanto pontual, sobre a questão da relação política de línguas no momento do início da colonização portuguesa das terras do brasil. Para isso considera o conceito de espaço de enunciação e analisa aspectos dos sentidos da palavra caraíba (em português) que vem da palavra caríua do tupi. Procura-se observar relatos da época sem tomá-los como descrições linguísticas, mas como elementos capazes de mostrar como seriam acontecimentos de enunciação com esta palavra em tupi e em português. Isto permite observar aspectos importantes do litígio de línguas naquele momento e ao mesmo tempo, ao se observar como a questão desta palavra é tratada na história dos estudos de linguagem no Brasil, é possível observar que a posição comparatista é imprópria para se poder analisar a questão das relações de língua no espaço de enunciação brasileiro.

Palavras-chave: espaço de enunciação; política de línguas; caraíba

UMA HISTÓRIA DA IDEIA DE POLÍTICA LINGUÍSTICA

Prof. Dr. Gabriel Leopoldino dos Santos

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP)

Resumo: Este trabalho objetiva apresentar uma análise da história da ideia de política linguística a partir do dispositivo teórico-metodológico da História das Ideias Linguísticas, conforme trabalhada por Eduardo Guimarães e sua equipe no Brasil. A grande questão do trabalho é mostrar que a ideia de política linguística, a qual passou a caracterizar uma área de pesquisa homônima, emergiu, em meados do século XX, como um desdobramento da Sociolinguística Variacionista praticada, sobretudo, nos Estados Unidos por um grupo de linguistas em que figurava nomes como os de Labov, Weinreich, Ferguson, Haugen, apenas para citar alguns. O ponto de partida da apresentação será a relação entre linguagem e história, tal como ela configurou-se no século XIX. Em seguida, colocar-se-á em cena uma outra relação, desta vez a de linguagem e sociedade. Finalmente, o ponto de chegada será, então, a emergência do par linguagem e política, consoante a forma assumida por tal par na Linguística de meados do século passado.

Palavras-chave: Política Linguística. Sociolinguística. Linguagem e sociedade. Linguagem e política.

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VEM AÍ A X JORNADA DE POLÍTICAS LINGUÍSTICAS

PROGRAMAÇÃO

 Data: 21/05/2018

13h45: credenciamento

14h15: Abertura – Retrospectiva de conferências realizadas com o Guimarães

14h30: conferência com o Prof. Dr. Eduardo Guimarães (UNICAMP-SP / UNEMAT-MT)

TEMA: “O espaço de enunciação de Línguas do Brasil (em torno do sentido de Caraíba)”

15h30: conferência com o Prof. Dr. Gabriel Leopoldino dos Santos

“Uma história da ideia de Política Linguística”

16h30: homenagem ao Prof. Dr. Eduardo Guimarães e a Paulo Botelho, da família dos fundadores da cidade de São Carlos.

17h: Lançamento dos livros

 

Local: Auditório da Adufscar – 1º andar do Restaurante (com elevador)

 

 

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[Programação] SEMINÁRIO TEMÁTICO SEMÂNTICO-ENUNCIATIVO, ACONTECIMENTO, TEXTUALIDADE E ARGUMENTAÇÃO: A ESCRAVIDÃO NA BAHIA, NO MATO GROSSO DO SUL E EM SÃO CARLOS

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XXIV CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA (CIC) E IX CONGRESSO DE INICIAÇÃO AO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E INOVAÇÃO (CIDTI) DA UFSCAR-2017

“SEMINÁRIO TEMÁTICO SEMÂNTICO-ENUNCIATIVO, ACONTECIMENTO, TEXTUALIDADE E ARGUMENTAÇÃO: A ESCRAVIDÃO NA BAHIA, NO MATO GROSSO DO SUL E EM SÃO CARLOS”

Departamento de Letras

Unidade de Estudos Históricos, Políticos e Sociais da Linguagem (UEHPOSOL)

Programa de Pós-Graduação em Linguística

Bacharelado em Linguística

Licenciatura em Letras

FAPESP: 2015/16397-2

 

Inscrições pelo site: http://www.uehposol.ufscar.br/?p=882

Resumos pelo site: http://www.uehposol.ufscar.br/?p=894

 

Data: 23/10/2017

Ás 08 horas: Inscrições

Abertura: 08h 15min

Horário: 08h30min

Local: Auditório da Educação Especial

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  1. Grupo de Trabalho com Apresentação de pesquisas da UEHPOSOL:
  2. Winnie Tathiane Dourado (Mestranda – UFSCar – UEHPOSOL)

“Um estudo semântico-enunciativo da palavra escravidão em dicionários da Língua Portuguesa”

Debatedor: Prof. Dr. Adilson Ventura (UESB – BA)

  1. Amanda Castilho Azzali Berardo (Mestranda – UEHPOSOL)

“A designação das línguas e sua distribuição para falantes na Tríplice fronteira Brasil- Paraguai-Argentina”

Debatedor: Prof. Dr. Taisir Mahmudo Karim (UNEMAT – MT)

  1. George Sosthene Koman (Doutorando – UEHPOSOL)

“A dimensão geográfica na enunciação da escravidão: Uma análise de nomes de ruas da cidade de São Carlos”

Debatedor: Prof. Dr. Taisir Mahmudo Karim  (UNEMAT – MT)

Horário: 10h  – Intervalo

Horário: 10h30min

Conferência com a Profª. Drª. Rosimar Regina Oliveira – UEMS – MS

 “A nomeação das ruas na “Comunidade Tia Eva” em Campo Grande: Uma análise enunciativa”

Horário: 11h 10min

                Continuação de Apresentações do Grupo de Trabalho

  1. Marcelle Vilas Boas Magalhães (Iniciação Científica- FAPESP)

“Estudo da tradução de versículos bíblicos sobre a escravidão: um olhar enunciativo para casos de reescritura”

Debatedor: Profª. Drª. Rosimar Regina Oliveira (UEMS – MS)

  1. Camila Pires ( Iniciação Científica -FAPESP)

“ A escravidão no corpo: A constituição de sentidos em publicidades estéticas”

Debatedor:  Profª. Drª. Rosimar Regina Oliveira (UEMS – MS)

Horário: 14h 30min

                Conferência com o Prof. Dr. Adilson Ventura – UESB – BA

“Semântica do Acontecimento e Linguística de Corpus: uma análise enunciativa de sentidos de escravidão e de interpretação” em conjunto com Profª. Drª. Cristiane Namiuti e Jorge Viana Santos.

  1. Pesquisas desenvolvidas sobre a escravidão em Vitória da Conquista – BA nos séculos XVIII e XIX
  2. A interpretação em materiais usados para o ensino de Língua Portuguesa.

Horário 15h30 min

                Debate com os presentes

Horário: 15h45 min – Intervalo

Horário: 16h

                Conferência com a Profª. Drª. Carolina de Paula Machado – UFSCar – UEHPOSOL – FAPESP

“ Diferentes sentidos da escravidão em artigos jornalísticos do início do século XX”

Horário: 16h30

                Conferência com a Profª. Drª. Soeli Maria S. da Silva – UFSCar – UEHPOSOL – FAPESP

                “Argumentação como perspectivação na carta do ex-escravo Felício e na lei”

Horário: 17h

                Debate com os pesquisadores convidados e outros presentes

Data: 24/10/2017

Horário: 08h30min

Local: Auditório da Educação Especial

  1. Grupo de Trabalho com Apresentação de pesquisas da UEHPOSOL:
  2. Nayara Fernanda Dornas (Mestranda – UEHPOSOL – CNPq)

“ Um estudo da palavra escravo por meio da Semântica do Acontecimento: As cartas do Conde do Pinhal para Naninha”

Debatedor: Prof. Dr. Gabriel Leopoldino dos Santos (IFSP – Ortolândia)

  1. Nirce Aparecida Silvério (Doutoranda – UEHPOSOL)

“ Efeitos argumentativos na constituição do sujeito escravo negro e do sujeito escravo contemporâneo.”

Debatedora: Profª. Drª. Débora Massman (UNIVÁS – MG)

Horário: 09h45 min – Intervalo

Horário: 10h

                Conferência com o Prof. Dr. Taisir Mahmudo Karim – UNEMAT – MT – DL/PPGL/CEPEL

                “ O Contorno linguístico de uma geografia – Mato Grosso e seus mapas: A constituição de um Atlas pelo acontecimento de nomeação”

Horário: 10h40

                Debate

Horário: 11h

  1. Grupo de Trabalho com Apresentação de pesquisas da UEHPOSOL:
  2. William F. Lima (Graduando – IC – CNPq)

 “A designação da palavra escravidão na coleção de leis do império do Brasil, sua relação com o colono e a marginalização de um povo”

Debatedor: Prof. Dr. Gabriel Leopoldino dos Santos (IFSP – Ortolândia)

Horário 14h

  1. Grupo de Trabalho com Apresentação de pesquisas da UEHPOSOL:
  2. Maria Fernanda Faccipieri (Doutoranda – UEHPOSOL)

“O político na linguagem: Uma análise de dicionários especializados sobre a escravidão negra no Brasil”

Debatedores: Prof. Dr. Gabriel Leopoldino dos Santos (IFSP – Ortolândia) e Profª. Drª. Débora Massman (UNIVÁS – MG)

Horário 14h30 min

                Conferência com a Profª. Drª. Débora Massman – PPGCL/UNIVÁS – MG

                “Semântica, Enunciação e Argumentação: percursos de sentidos nas ciências humanas”

Horário 15h45 min – Intervalo

Horário 16h

                Conferência com a Profª. Drª. Rosimar Regina Oliveira – UEMS – MS

                “A “raça primitiva”: enunciação e argumentação na marcha para Oeste”

Horário 16h45

                Debate com pesquisadores convidados e participantes do seminário.

Horário 17h – Encerramento

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[RESUMOS] SEMINÁRIO TEMÁTICO SEMÂNTICO-ENUNCIATIVO, ACONTECIMENTO, TEXTUALIDADE E ARGUMENTAÇÃO: A ESCRAVIDÃO NA BAHIA, NO MATO GROSSO DO SUL E EM SÃO CARLOS

XXIV CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA (CIC) E IX CONGRESSO DE INICIAÇÃO AO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E INOVAÇÃO (CIDTI) DA UFSCAR-2017

 

“SEMINÁRIO TEMÁTICO SEMÂNTICO-ENUNCIATIVO, ACONTECIMENTO, TEXTUALIDADE E ARGUMENTAÇÃO: A ESCRAVIDÃO NA BAHIA, NO MS E EM SÃO CARLOS”

Departamento de Letras

Unidade de Estudos Históricos, Políticos e Sociais da Linguagem (UEHPOSOL)

Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGL)

Bacharelado em Linguística

Licenciatura em Letras

FAPESP: 2015/16397-2

 

RESUMOS

 

Semântica do Acontecimento e Linguística de Corpus: uma análise enunciativa de sentidos de escravidão e de interpretação

Conferência do Prof. Dr. Adilson Ventura(UESB)

 Adilson Ventura

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Departamento de Estudos Linguísticos e Literários (DELL), Programa de Pós-Graduação em Linguística – PPGLin, Mestrado Profissional em Letras – PROFLETRAS, Campus de Vitória da Conquista, Bahia-Brasil. Estrada do Bem Querer Km 4, CEP: 45031-900.
Email: adilson.ventura@gmail.com

Cristiane Namiuti

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Departamento de Estudos Linguísticos e Literários (DELL), Programa de Pós-Graduação em Linguística – PPGLin, Campus de Vitória da Conquista, Bahia-Brasil. Estrada do Bem Querer Km 4, CEP: 45031-900. Email: cristianenamiuti@gmail.com

Jorge Viana Santos

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Departamento de Estudos Linguísticos e Literários (DELL), Programa de Pós-Graduação em Linguística – PPGLin, Campus de Vitória da Conquista, Bahia-Brasil. Estrada do Bem Querer Km 4, CEP: 45031-900. Email: viana.jorge.viana@gmail.com

Em nossos trabalhos, temos como norte central, a partir do quadro teórico da Semântica Argumentativa e da Semântica do Acontecimento, investigar questões ligadas à constituição enunciativa do sentido como prática política, tais como: (a) Espaço de Enunciação e Cena Enunciativa; (b) Línguas e Falantes; (c) Processo de designação de nomes; (d) Enunciação e Textualidade; (e) Argumentação Linguística e Temporalidade; (f) Procedimentos enunciativos para descrição e interpretação de textos.

Desse modo, temos interesse em observar a constituição de sentidos de escravidão e também de interpretação, cada uma emcorpora específicos.

Para discutir a questão da escravidão, investigamos a hipótese de que, na sociedade escravista brasileira, a exemplo de Vitória da Conquista-BA nos séculos XVIII e XIX, documentos jurídicos costumeiros, ao lado de outros do Direito positivo, como as leis, ambos historicamente considerados instrumentos legais de libertação, funcionam paradoxalmente como instrumentos linguístico-históricos de libertação-dominação. Assim, interessa-nos, a partir de corpus de diferentes documentos que circularam no contexto do Brasil escravagista, com destaque para cartas de alforria, testamentos, escrituras de escravos, etc., além de ações de liberdade, essas, sobretudo após a Lei do Ventre Livre de 1871, procurar responder a uma questão-chave: Como se configurou político-juridicamente o conceito de liberdade no regime escravista brasileiro? questão essa que, dada à estrutura sócio- política do Brasil de então, implica analisar, do ponto de vista linguístico, quais as formas de enunciação que, devido à sua estrutura argumentativa, materializada linguisticamente nos documentos da época, indicam os diferentes modos de relações entre senhores e escravos, configurando político-juridicamente, no enunciado, uma libertação-dominação.

Para investigar a questão da interpretação, sendo essa uma questão muito ampla, pensamos em iniciar com materiais usados para o ensino de Língua Portuguesa, já que estes materiais são utilizados para “ensinar” a interpretar textos. Assim, observamos que um dos grandes problemas hoje no Brasil, em relação ao ensino, é a dificuldade apresentada por muitos alunos, de várias séries, em ter uma capacidade satisfatória de leitura e interpretação. Pensamos que esta questão não se inicia especificamente no momento atual, tendo, dentre vários aspectos, um aspecto histórico em que, possivelmente, as dificuldades encontradas por alunos de uma época serão transmitidas para alunos da nova geração, que, por sua vez, transmitem aos da próxima geração.  Com isso, abre-se a necessidade de se estudar diversos livros, em diversos livros, para assim traçar um panorama histórico de como se pensou a interpretação até aos dias atuais.

Sendo assim, por se tratar de uma questão que envolve o sentido, pensamos que a Semântica pode e deve contribuir para se entender melhor essas questões relacionadas à interpretação. Por isso é de fundamental relevância o estudo, nos livros didáticos, do modo como a interpretação aparece e quais os sentidos a ela atribuídos nestes lugares específicos. Esta observação pode trazer subsídios para melhor entender como se propõe a interpretação nos livros didáticos, o que, por sua vez, pode ser de imensa utilidade para se pensar certas políticas linguísticas que leve em consideração especificamente a questão da interpretação nas escolas.

Além disso, para compor o corpus de nossos estudos, colocamo-nos na linha teórica da Linguística de Corpus, para, através de um método científico, formar um corpus digital, que proporciona a pesquisadores de várias áreas o acesso a documentos para diversas pesquisas. Apontamos aqui a grande importância desse corpus para pesquisas semânticas, em especial a Semântica do Acontecimento, na medida em que, em um corpus digital, podemos nos valer de mecanismos de busca para localizar palavras-chave de nossas pesquisas.

Assim, na era das Humanidades Digitais, procuram-se maneiras de se beneficiar das vantagens do digital na investigação das fontes, destacando-se iniciativas envolvendo construção de base de dados (bio)bibliográficos (como a PhiloBiblon, base de dados de textos antigos em línguas da Península Ibérica), corpora anotados (como o Corpus Histórico do Português Tycho Brahe), acervos digitais (como a Biblioteca Brasiliana), hiperedições (como O Pasquineiro da Roça). Conforme Barreiros (2014), muitas edições eletrônicas ou hipertextuais reproduzem modelos das edições pensadas para o universo dos impressos (suporte físico) não explorando o potencial do meio digital. Neste sentido, a questão central do trabalho com textos antigos como fundamentos para estudos linguísticos no meio eletrônico é a busca por garantia da fidelidade às formas originais dos textos em uma abordagem global com integração entre diferentes planos de análise (PAIXÃO DE SOUSA, 2006). Neste trabalho, questionamos: como se beneficiar das vantagens do suporte digital sem dispensar a autenticidade do documento original físico? Na posição de Pesquisador Formador de Corpus (PFC) (NAMIUTI; SANTOS; LEITE, 2011), focalizamos a reflexão sobre a complexidade das fontes documentais em papel a se tornar documento digital. Assim, temos desenvolvido e aplicado um método de construção de corpora digitais anotados cientificamente controlados (NAMIUTI; SANTOS, 2016): partindo do Documento Físico (DF), constrói-se o Documento Digital Imagem (DDI) que servirá de fonte no meio digital para os processos de constituição de corpora anotados, processos estes que terão como resultado o Documento Digital Texto (DDT) com camadas de anotação que registram a memória do processamento. Na transposição material cientificamente controlada do papel para o suporte digital, mediante desenvolvimento e uso de procedimentos, ferramentas e tecnologias potencializadoras da exploração das possibilidades do suporte digital para pesquisas em humanidades, chegamos a um aparato que garante a recuperação de informações de natureza variada, a exemplo da filológica: o Aparato de Metadados Estruturados (AME) que permite recuperar, no digital, a complexidade do documento histórico físico, cuja realidade é tridimensional, irregular e subjetivamente construída. Atualmente o AME engloba cinco componentes fundamentais: i) Catálogo Visual; ii) Dossiê de Observações Pertinentes (DOP); iii) Fotografia Cientificamente Controlada (FCC); iv) Análise Topográfica; v) Análise Descritiva. Tal aparato é parte integrante do fluxo de trabalho (workflow) do Método LAPELINC, que vem sendo desenvolvido e aplicado no Laboratório de Pesquisa em Linguística de Corpus (LAPELINC/UESB).

Assim, a partir da formação de corpora digitais anotados, nos moldes como estamos desenvolvendo e utilizando no LAPELINC, e, situando-nos na Semântica do Acontecimento, desenvolvemos várias pesquisas nas quais estamos traçando um panorama geral do que seja escravidão e do que seja interpretação.

A ESCRAVIDÃO NO CORPO: A CONSTITUIÇÃO DE SENTIDOS EM PUBLICIDADES ESTÉTICAS

Camila Pires Alves
Orientadora: Profa. Dra.  Carolina de Paula Machado
UFSCar – DL – UEHPOSOL – FAPESP

Nos últimos anos, nota-se um apelo crescente para a realização de modificações corporais estéticas por meio de intervenções que, em alguns casos, chegam a ser cirúrgicas com desfechos insatisfatórios. Considerando esta tendência, este trabalho trata das publicidades sobre estética corporal retiradas de revistas voltadas especificamente para o público feminino e para o masculino, sendo a revista “Plástica e Beleza” e “Men’s Health” respectivamente. Tais revistas, ao se referirem a um público específico, apresentam sentidos de “beleza” e métodos de intervenções estéticas diferentes que são analisados e comparados neste trabalho. Para a realização das análises, é tomado como base a teoria da Semântica do Acontecimento (Guimarães, 2002), partindo de conceitos como acontecimento enunciativo e cena enunciativa. Desse modo, é analisado nestas publicidades quais sentidos sobre estética são constituídos para os leitores (Guimarães, 2011) dessas duas revistas a partir da observação dos memoráveis recortados no acontecimento pela análise das reescriturações e articulações e os efeitos de sentidos para a interpretação (futuridade). Observa-se que tais publicidades submetem seus leitores à um tipo de escravidão, a do próprio corpo, uma vez que os mesmos são levados a se identificarem com um determinado padrão de beleza que os fazem aceitar situações e procedimentos muitas vezes arriscados na tentativa de se enquadrarem nesse perfil.
Palavras chave: Escravidão – Publicidade – Estética – Padrão de Beleza – Semântica do acontecimento.

Diferentes sentidos da escravidão em artigos jornalísticos do início do século XX

Profa. Dra.  Carolina de Paula Machado
UFSCar – DL – UEHPOSOL – FAPESP

Fim da escravidão, fim da monarquia, início do período Republicano no Brasil. Muitas mudanças eram esperadas, no início do século XX para um país jovem e independente. Em meio a essas expectativas, tivemos como objetivo percorrer um breve percurso de sentidos da palavra escravidão em dois jornais do período, o jornal “Folha da Manhã” e o jornal “Folha da Noite”. Com base nos conceitos de acontecimento enunciativo e designação (cf. Guimarães, 2002), selecionamos um conjunto de artigos jornalísticos publicados entre os anos 20 e 30 do século XX, em que a palavra ocorre. Em meio ao funcionamento enunciativo, os locutores enunciam a palavra escravidão que vai sendo designada na medida em que sentidos relacionados à escravidão dos africanos no Brasil são rememorados e, no presente da enunciação dos textos durante o período republicano, outros sentidos aparecem para significarem os embates sociais e políticos do período, tais como a crítica à República, traduzidos em embates semânticos que marcam o domínio semântico da escravidão.

Semântica, Enunciação e Argumentação: percursos de sentidos nas ciências humanas

Profa. Dra. Débora Massmann
PPGCL – UNIVAS

Este estudo dedica-se a investigar formulações produzidas em torno da palavra argumentação em diferentes épocas mostrando seu(s) funcionamento(s) de sentido nas ciências humanas. A partir da Semântica Histórica da Enunciação (Guimarães, 2002), analisa o(s) funcionamento(s) de sentido(s) da palavra argumentação nas teorias argumentativas produzidas na segunda metade século XX. Como corpus de estudo, selecionou-se um conjunto de textos de referência (de e sobre a argumentação) que foram produzidos a partir da segunda metade do século XX, como, por exemplo, tais como, o “Traité de l’argumentation. La nouvelle rhétorique” (1958) de Perelman e OlbrechtsTyteca; “The uses ofargument” (1958) de Toulmin; “De la logique à l´argumentation” (1976) de Grize; e “L’Argumentation dans la langue” (1988) de Anscombre e Ducrot. A partir dos resultados alcançandos nestas pesquisas, observou-se que as significações em torno da argumentação, nos diferentes quadros espistemológicos em estudo, estão fundamentadas nas rupturas teórico-metodológicas que a argumentação tem produzido na história das ciências humanas no século XX.

A DIMENSÃO GEOGRÁFICA NO ACONTECIMENTO ENUNCIATIVO: UMA ANÁLISE DE NOMES DE RUAS DA CIDADE DE SÃO CARLOS.

                                                                                                 Georges Sosthene Koman
Orientadora: Profa. Dra. Soeli M. Schreiber da Silva
Doutorando – UFSCar – DL – UEHPOSOL (CAPES)

Uma rua pode ser considerada como um espaço de circulação que estabelece a comunicação e o transporte entre as diferentes estruturas funcionais de um determinado lugar. No espaço geográfico a rua se inscreve numa rede de vias e dá acesso ao mundo. Por ser um espaço que permite a construção da sociabilidade dos indivíduos e dos grupos sociais, a rua passa potencialmente a ser tomada como um espaço político (de)  nominado. Nessa (de) nominação transparece-se o ato enunciativo em que o “odônimo” não só é uma homenagem a figuras marcadas pela história do local, assim como afeta o real através do acontecimento nele inscrito. Nosso trabalho visa a analisar alguns nomes de ruas da cidade de São Carlos com o intuito de observar aspectos da constituição da textualidade do mapa através dos nomes de ruas. Tomar o mapa como texto cujas nominações são os enunciados tal como se encontra nos trabalhos de Guimarães (2002) é considerá-lo como linguagem. Neste sentido, somos levados a pensar que na enunciação existe uma determinação histórica e política da qual o acontecimento enunciativo se refere. Com o objetivo de mostrar como o acontecimento da escravidão parece ser reproduzido e perenizado pelos próprios meios políticos, examinamos o funcionamento enunciativo das ruas Conde do Pinhal e 13 de Maio, a fim de depreender os efeitos de sentidos produzidos sobre a escravidão na cidade de São Carlos. Para fazêlo, nos apoiamos nos conceitos teórico-metodológicos do semanticista brasileiro Eduardo Guimarães (2002), para quem o mapa enquanto texto releva do domínio da linguagem.
Palavras-chaves: Enunciação; Nomes de ruas; Nominação

ESTUDO DA TRADUÇÃO DE VERSÍCULOS BÍBLICOS SOBRE A ESCRAVIDÃO: UM OLHAR ENUNCIATIVO PARA CASOS DE REESCRITURA

Marcelle Vilas Boas Magalhães
Orientadora: Profa. Dra. Soeli Maria S. da Silva
UFSCar – DL – UEHPOSOL – FAPESP (IC)

 

Esse trabalho tem como objetivo propor um estudo sobre a tradução das Bíblias para o português, partindo da seguinte questão: O que faz com que as Bíblias do Português tenham tantas diferenças semânticas? Realizamos assim, um estudo em conjunto com o Centro de Linguística da Universidade Nova de Lisboa, a partir de exemplares bíblicos presentes na Biblioteca Nacional de Portugal, sobre o que determina essas diferenças nas traduções das Bíblias. Seria esse um problema de natureza enunciativa? Essas são uma das questões que almejamos responder. Para tratar disso, analisamos sob a perspectiva de Émile Benveniste as categoriais enunciativas, e através da Semântica do Acontecimento de Eduardo Guimarães os procedimentos enunciativos de reescritura.
Palavras-chave: Bíblia; Tradução; Enunciação; Reescritura.

O POLÍTICO NA LINGUAGEM: UMA ANÁLISE DE DICIONÁRIOS ESPECIALIZADOS SOBRE A ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL

Maria Fernanda Faccipiery

Orientadora: Profa. Dra. Soeli M. Schreiber da Silva
Doutoranda – UFSCar – DL – UEHPOSOL

Este trabalho insere-se no desenvolvimento da pesquisa “Argumentação, textualidade e designação na Semântica do Acontecimento: os sentidos nos diferentes modos de escravidão” da Unidade de Pesquisa em Estudos Históricos, Políticos e Sociais da Linguagem (UEHPOSOL-Fapesp).  Nesse sentido, o trabalho desenvolvido tem como base o estudo dos verbetes que designam castigos e instrumentos de tortura usados no período da escravidão negra no Brasil, sobretudo nos dicionários especializados sobre o período em questão. Desse modo, vale ressaltar que não se trata necessariamente de um estudo sobre os dicionários em circulação no período da escravidão no Brasil, mas sim dicionários datados de 1997 e 2004 que tratam do período.

Para tanto, tomamos por base os dicionários de Alaôr Eduardo Scisínio Dicionário da Escravidão (1997) e de Clóvis Moura Dicionário da Escravidão Negra do Brasil (2004) tratando nosso corpus com  base nos estudos da Semântica do acontecimento e Análise do discurso de linha francesa. Sentimo-nos desafiados a estudar sobre a escravidão e o dicionário foi observado como um retrato dela, ou seja, como gesto político, um lugar de observação legitimada da história.

Pesquisamos sobre tais instrumentos e castigos em livros didáticos escolares, livros de história e dicionários de grande circulação a fim de compreender em que medida eram utilizados, em quais condições e frequência. Entretanto, tais castigos sequer eram mencionados, com exceção do açoite e do tronco. A ausência de informações na materialidade do texto levou-nos a questionar o porquê desse apagamento. A inquietação se dá na medida em que esse apagamento se torna evidente, como se tais nomes, designações fossem apenas lendas, mitos, causos, como se houvesse nos discursos legitimados, ou total silenciamento, ou um mero romanceamento da realidade.

Dentre os arquivos pesquisados um, em especial, salta aos olhos, o dicionário. O aparecimento de tais nomes de castigos no dicionário legitima e traz à tona, à materialidade do texto, a história, a dor, o sofrimento. É a partir dos dicionários especializados que desenvolvemos este trabalho. Nosso corpus se baseia em um lugar legitimado a contar uma história que não é contada.

Trata-se, portanto, de um saber legitimado sobre a língua que divide o real por excluir sentidos, isto é, trata-se de um objeto político. Com papel fundamental no ensino de língua e como importante objeto de consulta nas mais variadas situações, o dicionário evidencia certos sentidos. Tomamos o dicionário como lugar de observação dos verbetes açoite, anjinhos, bolo, libambo e tronco de forma a analisar em que medida, discursivamente, o aparecimento desses verbetes em um dicionário especializado contribui para uma análise linguística no que se refere à produção de sentidos. Para tanto, consideramos a definição lexicográfica como texto e o dicionário como objeto histórico, como lugar de observação privilegiado dos sujeitos, da sociedade e da história (ORLANDI, 2001).

Compreender o acontecimento enunciativo em tais dicionários analisados, bem como a designação de cada definição lexicográfica atribuída aos castigos, significa não apenas observar seu sentido nas relações internas à língua imaginária, mas observar seus sentidos na relação com a história e com o sujeito.

Sendo assim, esta pesquisa busca responder em que medida o apagamento desses verbetes nos dicionários de grande circulação e a irrupção dos mesmos em dicionários especializados diz a respeito da sociedade de cada período.

Um estudo da palavra escravo por meio da Semântica do Acontecimento: As cartas do Conde do Pinhal para Naninha

Nayara Fernanda Dornas
Orientadora: Profa. Dra. Soeli M. Schreiber da Silva

Mestranda – PPGL
UFSCar – DL – UEHPOSOL – CAPES


O escravo esteve presente em todo o processo de desenvolvimento da cidade de São Carlos e no desenvolvimento econômico dessa região, porém, o escravo é silenciado ao longo da história. Assim, por meio de um olhar enunciativo, fornecido pela teoria da Semântica do Acontecimento, desenvolvida pelo estudioso brasileiro Eduardo Guimarães, o presente trabalho aborda a palavra escravo e sua significação ao longo das cartas do Conde do Pinhal para Anna Carolina, sua esposa, conhecida como Naninha. Assim, temos como objetivo revelar a presença do escravo nas cartas do Conde. Analisamos adotando a perspectiva de que o acontecimento é o funcionamento da língua, como a palavra escravo funciona, acontece, significa, é designada, reescriturada, silenciada, nas Cartas do Conde, por meio dos mecanismos de operações enunciativas, propostos por Guimarães, como espaço enunciativo, cena enunciativa, agenciamento enunciativo, temporalidade, político, designação, articulação, reescrituração e DSD, e  por Dias como pertinência enunciativa, domínio de referência, força de progressão, força de retrospecção, e por Ducrot, como argumentação e pressuposição. Pretendemos com isso, trazer à tona o sentido da palavra escravo, silenciada no espaço enunciativo abolicionista, assim como revelar o funcionamento da palavra escravo no espaço enunciativo escravocrata, trazendo a superfície também os sentidos que são silenciados com a iminente possível assinatura da Lei Aurea. O escravo é silenciado, e percebemos isso por meio da dificuldade de se encontrar dados e documentos precisos referentes à escravidão em São Carlos, e isso se deve à determinação de 1890 que ordenava a incineração de documentos que comprovavam a propriedade do escravo. Ou seja, tal medida é uma das várias tentativas de silenciar e evitar que o escravo e seus sentidos e significação ganhassem espaço e lugar de fala. Portanto, nosso trabalho faz emergir o sentido de escravo.

Palavras chave: escravo; semântica do acontecimento; cartas do Conde do Pinhal.

Efeitos argumentativos na constituição do sujeito escravo negro e do sujeito escravo contemporâneo.

Nirce Aparecida Silvério
Orientadora: Profa. Dra. Soeli M. Schreiber da Silva

Doutoranda – UFSCar – DL – UEHPOSOL – CAPES

A argumentação no campo linguístico tem recebido um olhar diverso do usual recentemente, o que a fez sair de uma posição de certo desprezo, possivelmente isto se relacione com o advento da chamada nova retórica de Perelman (1992), contudo a argumentação, neste campo, se distancia da retórica, ou da nova retórica, isto se concretiza com o desenvolvimento da argumentação na língua de Ducrot (1973). A argumentação desenvolveu-se também na linguística sob a forma discursiva e enunciativa-discursiva.  Desta forma, conceitos como história, sujeito, língua, discurso, enunciação, retórica podem entrar ou não nas discussões sobre argumentação; ou mesmo serem caracterizados de forma bastante diversa, conforme uma ou outra concepção. E nesta arrolagem de conceitos alguns debates sobre argumentação são inevitáveis: a argumentação visa persuadir (nos basearíamos na retórica)? Quem argumenta e o que é a argumentação (nos basearíamos na semântica histórica da enunciação de Eduardo Guimarães)? A argumentação é retórica e a argumentatividade está nas estruturas de encadeamentos da língua (nos basearíamos em Ducrot)? A argumentação produz efeitos e eles são da ordem da língua e da história, enunciativos discursivos (perguntaríamos)? Se estes embates se impõem teoricamente, não os desconsideramos, contudo estas não são teorias para serem aplicadas a um corpus. Buscamos o objeto na deriva do olhar de sujeito pesquisadora, no qual se pode vislumbrar alguma teoria. Assim, buscamos contar a história do escravo e da escravidão diferente da contada, em que uma princesa benevolente assina a Lei Áurea e extingue a escravidão. Nosso objetivo é especificar esta história, a partir de materialidades enunciativas-discursivas do jornal o Abolicionista de 1880-1881 e de alguns textos de sites da atualidade, assim analisaremos movimentos argumentativos na constituição do sujeito escravo negro de 1880-1881 e do sujeito escravo contemporâneo.
Palavras-chave: argumentação; enunciação e discurso; história; escravidão; efeitos argumentativos.

A “raça primitiva”: enunciação e argumentação na marcha para Oeste

Profa. Dra. Rosimar Regina Rodrigues de Oliveira

UEMS – FUNDECT – CNPq

Ao analisar o nome “índio” na relação com a expressão “marcha para Oeste”, pelo viés da Semântica do Acontecimento, compreendemos como os sentidos se constituem histórica e socialmente, a partir das relações que as palavras estabelecem com outras palavras no acontecimento enunciativo. Desse modo, tomamos os sentidos das palavras como não evidentes. Para compreendermos esses sentidos, apresentamos como se constitui a cena enunciativa, a designação e a argumentação em torno do nome “índio”, considerando que as relações de sentido são parte de um funcionamento imaginário que se mantém em nossa sociedade e que afeta os índios atribuindo-lhes alguns lugares de significação e negando outros. Nessas relações, às vezes, o índio é o selvagem que será civilizado com a realização da marcha, que é uma ação necessária e determinada por objetivo cívico, progresso e civilização; às vezes, é a “raça primitiva” que povoa o “sertão impenetrável” dificultando o “povoamento econômico” e a civilização do Brasil. Desse modo, os sentidos constituídos para o índio e a marcha passam a ser argumentos decisivos para a necessidade de realização da marcha para Oeste.
Palavras-chave: marcha para Oeste; índio; sujeito; enunciação; sentido.

A NOMEAÇÃO DAS RUAS NA “COMUNIDADE TIA EVA” EM CAMPO GRANDE: UMA ANÁLISE ENUNCIATIVA

Profa. Dra. Rosimar Regina Rodrigues de Oliveira

UEMS – FUNDECT – CNPq

Keyla Lima da Silva

UEMS – PIBIC

Esse projeto foi desenvolvido com objetivo de compreender como se constituem os sentidos ao nomear as ruas de uma parte do bairro denominado Jardim Seminário, onde encontramos uma comunidade remanescente quilombola, descentes de Eva Maria de Jesus, mais conhecida como “Tia Eva”. A expressão “Tia Eva” também cognomina a comunidade remanescente quilombola, que se encontra hoje no Bairro Jardim Seminário. São os nomes das ruas dessa comunidade que se transformam, neste trabalho, em corpus para nossas análises. Em um primeiro momento, houve dificuldade em localizar os limites do bairro, uma vez que esse mesmo nome nomeia outros dois bairros: Jardim Seminário I e Jardim Seminário II; em um segundo momento, localizamos as ruas da Comunidade Tia Eva. Posteriormente, assim como Guimarães (2005), separamos os nomes por estruturas morfossintáticas. Encontramos nomes predominantemente de santos, nomes determinados por titulações eclesiásticas, nomes de pessoas, nomes próprios de pessoas determinados por titulações, nomes determinados por instituições religiosas, nomes de origem indígena e nomes próprios de municípios e ilha. Todas essas estruturas foram analisadas a partir do funcionamento semântico-enunciativo, considerando a temporalidade de seus acontecimentos. Ao analisarmos, consideramos, assim como Guimarães (2005, p. 43), que o espaço urbano não é um espaço físico com episódios históricos que ocorreram, e sim o espaço do homem, espaço “historicamente determinado”, que relaciona-se com a linguagem que o designa nesse processo. Partindo do conceito de espaço de enunciação, observamos o funcionamento do memorável no acontecimento de nomeação das ruas da Comunidade Tia Eva, e percebemos a exclusão de memoráveis da enunciação da história do povo que ali criou raízes.

Palavras-chave: enunciação; nomeação; Semântica do Acontecimento; comunidade quilombola; Tia Eva.

ARGUMENTAÇAO COMO PERSPECTIVAÇÃO NA CARTA DO EX ESCRAVO FELÍCIO E NA LEI

Profa. Dra. Soeli Maria Schreiber da Silva
UFSCar – DL – UEHPOSOL – FAPESP

Meu trabalho com argumentação partiu de trabalhos de Ducrot(1972) apoiando-se em sua Teoria da Argumentação. Aprofundei esses estudos por um viés que trabalhou com textualidade em Guimarães (1987). Na sequência trabalhei com Interdiscursivade. No projeto Fapesp,   trato da argumentação, argumentatividade(Guimarães, 2017) e Perpectivação (Dias,2016). Nessa comunicação me apoio  nos conceitos de pertinência e perspectivação de Dias para analisar a argumentação como pertinência captada numa relação com a memória no modo de uma diferença que projeta uma perspectivação.

O CONTORNO LINGUÍSTICO DE UMA GEOGRAFIA – MATO GROSSO E SEUS MAPAS: A CONSTITUIÇÃO DE UM ATLAS PELO ACONTECIMENTO DE NOMEAÇÃO

Prof. Dr. Taisir Mahmudo Karim
Professor e coordenador do Programa de Pós Graduação em Linguística –PPGL/UNEMAT, dos Projetos de Pesquisa – Nomes Próprios: Estudos da Significação/FAPEMAT e Atlas dos Nomes que Dizem Histórias das Cidades Brasileiras – Um Estudo Semântico-Enunciativo: Nomes Próprios/CNPq.
Email: taisirkarim@hotmail.com

Este trabalho tem por objetivo analisar, do lugar dos estudos enunciativos, a partir da nomeação dos municípios do Estado de Mato Grosso – neste estudo, nos interessa observar os nomes dos municípios que formam o Mato Grosso a partir de sua divisão em 1978. Essa tomada de posição exclui aqueles municípios que passam a fazer parte do Mato Grosso do Sul após a divisão do Estado – considerando nomeação um acontecimento de linguagem, o movimento semântico que constrói sentidos da geografia físico-política, que hoje descreve o estrato sócio histórico do mato-grossense. Tomamos conceitos da Semântica do Acontecimento (GUIMARÃES, 2002) como procedimento teórico metodológico para as análises, esse lugar permite que observemos de modo particular o processo contínuo que estratifica a região naquilo que se projetava enquanto latência futura do que viria a ser uma unidade político-administrativa do território brasileiro. Nossas análises levam em consideração o funcionamento semântico enunciativo dos nomes de municípios, que a partir da primeira metade do século XVIII começa a construir sentidos que passam a significar a geografia físico-política que dá existência histórica à região e, consequentemente, ao Estado de Mato Grosso. Nesse sentido, a análise enunciativa do funcionamento dos nomes dos municípios nos permite mirar de modo direto o movimento constitutivo do atlas mato-grossense enredado pela tessitura de acontecimentos de nomeações dos municípios, um movimento contínuo que desenha e redesenha a geografia movente que passa a significar o território do Estado de Mato Grosso. Essa posição teórica permite tomar um mapa enquanto texto, ou seja, nos leva a lê-lo enquanto enunciado, lugar que produz sentidos de narrativas sócio-históricas que o constitui, e isto, para nós, é significativo, pois nos leva a semantizá-lo(s) pela textualidade própria de sua existência, sua significação se dá então, enquanto movimento sócio histórico constituído na/pela linguagem, posição esta que nos afasta das limitações postas pelos estudos referencialistas, assim, o mapa, não se reduz a um mero decalque do mundo.

Um estudo semântico-enunciativo da palavra escravidão em dicionários da Língua Portuguesa

Winnie Tathiane Dourado
Orientadora: Profa. Dra. Carolina de Paula Machado
Mestranda PPGL- UFSCar

A partir dos conceitos da teoria da Semântica do Acontecimento (Guimarães, 2002), como designação, a significação de um nome a partir de suas reescrituras, a maneira com que o nome é reportado (significado) no texto, propomo-nos analisar a designação da palavra escravidão nos dicionários de língua portuguesa, tendo em vista este objeto – o dicionário – como um instrumento linguístico não isento ao real, mas sim, como diz Auroux (1992, p. 70) “significa que o aparecimento dos instrumentos linguísticos não deixa intactas as práticas linguísticas humanas”. Especificamente, o objetivo deste trabalho é responder os seguintes questionamentos: com o final da escravidão, o sentido desta palavra e os seus usos foram afetados? O que, de acordo com os dicionários, significou e significa a escravidão? Partindo destas questões, o corpus deste trabalho é composto de dicionários da língua portuguesa que abarcam os períodos do século XVIII, XIX, XX e XXI sendo estes de circulação impressa e eletrônica.
Palavras-chave: escravidão; dicionário; designação; reescritura.

A DESIGNAÇÃO DA PALAVRA ESCRAVIDÃO NA COLEÇÃO DE LEIS DO IMPÉRIO DO BRASIL, SUA RELAÇÃO COM O COLONO E A MARGINALIZAÇÃO DE UM POVO

William Ferreira Lima
Orientadora: Profa. Dra. Carolina de Paula Machado

UFSCar – DL – UEHPOSOL (IC/CNPq)

Verificando a Coleção das Leis do Império do Brasil, podemos notar que a questão da escravidão é frequente, assim, esta pesquisa tem como objetivo refletir sobre as diversas formas pelas quais a palavra escravidão é designada dentro desse conjunto de leis brasileiras na época do Brasil Império, além de observar as cenas enunciativas, descrevendo os diversos sentidos que essa palavra apresenta na enunciação. A reflexão feita sobre essa palavra ocorreu através da perspectiva da Semântica do Acontecimento, no qual observamos como, por meio do funcionamento da língua, é constituído o lugar do sujeito dentro da sociedade através dos diversos dizeres. A semantização da língua, a formação do sentido em determinadas palavras, além da diversificação das formas linguísticas, são materiais de estudo da semântica, e um fato histórico como a escravidão no Brasil, muitas vezes vista com eufemismo nos meios didáticos e midiáticos, oferece uma série de materiais que podem e devem ser vistos e explorados com mais profundidade, merecendo toda nossa atenção como pesquisadores.

 

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Inscrições para o “Seminário Temático Semântico-Enunciativo, Acontecimento, Textualidade e Argumentação: A escravidão na Bahia, no Mato Grosso do Sul e em São Carlos”

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